Na Idade Moderna e Contemporânea, as revoluções industriais não mudaram apenas as relações de trabalho e de consumo, mas também a forma de se transmitir conhecimento. Fazendo um paralelo com a evolução da sociedade, a educação também seguiu estas mudanças.
Na 1° Revolução Industrial todo o sistema era focado no processo produtivo e as máquinas eram movidas a vapor, neste período a educação 1.0 era em uma única via, Professor para o Aluno de forma ditada e o aprendizado era baseado na memorização. Já na segunda revolução industrial o uso da eletricidade permitiu a produção massiva dos produtos, esta mentalidade progressista resultou na Educação 2.0. Agora o sistema de aprendizado passa também pela estudante para estudante e se inicia a mentalidade de uma educação seriada e do modelo mais praticado ainda hoje.
Já na década de 70 iniciamos a 3° revolução Industrial, onde as fábricas passam pelo processo de Digitalização e as linhas de produção tornam-se automatizadas com a utilização de robôs de manufatura. Este período é conhecido como Educação 3.0, com a redução de custos de hardware e softwares e a popularização da Internet o conhecimento passa ser criado e modificado por todos e em todos os lugares. Surge um conceito em que os alunos podem usar para ajudá-los a aprender com os outros e expandir seus conhecimentos, conhecido como co-construção. Esta colaboração entre os alunos os ajuda a crescer em muitas áreas, como resolver problemas juntos, mas também ensina os alunos a estabelecer relacionamentos com seus colegas e professores.
No entanto, no entanto com o avanço tecnológico resultante da 4° Revolução Industrial nós estamos iniciando uma nova fase; Educação 4.0.
A Educação 4.0 é uma abordagem desejada para o aprendizado que se alinha à quarta revolução industrial ou Indústria 4.0. Essa nova fase está sendo impulsionada por um conjunto de tecnologias disruptivas como robótica, inteligência artificial, realidade virtual e aumentada, big data, nanotecnologia, impressão 3D, biologia sintética e a chamada internet das coisas ou IoT, onde cada vez mais dispositivos, equipamentos e objetos serão conectados uns aos outros por meio da internet.
Para que possamos ter não somente profissionais de sucesso, mas pessoas preparadas para as mudanças do seu cotidiano fruto deste avanço, todo o sistema educacional deverá preparar seus alunos para um mundo em que esses sistemas ciber-físicos serão predominantes em todos os setores.
Isso significa ensinar os alunos sobre essa tecnologia como parte do currículo, mudar completamente a abordagem do aprendizado e utilizar essa tecnologia para melhorar a experiência do aprendizado.
O que esperar do futuro? Sistemas ciber-físicos serão cada vez mais integrados em várias indústrias, inevitavelmente afetarão toda a forma como produzimos, consumimos e aprendemos
Uma pesquisa da McKinsey Digital revelou que, devido à quarta revolução industrial, 60% de todas as ocupações poderão ter pelo menos um terço de suas atividades automatizadas. Outro dado do Fórum Econômico Mundial informa que 65% das profissões do futuro não existem hoje, sendo assim o profissional do futuro precisará mais do que ser treinado para atividades repetitivas. Será necessário que as Escolas preparem os seus estudantes para a construção de pensamentos criativos e inovadores.
Em 2016, o Fórum Econômico Mundial produziu um relatório explorando que a quarta revolução industrial também terá impacto sobre as soft skills. Eles previram que, até 2020 , “mais de um terço do conjunto de habilidades básicas desejadas da maioria das ocupações será composto por habilidades que ainda não são consideradas cruciais para o trabalho hoje”.
Estão entres estas Habilidades do século XXI: a colaboração, consciência ambiental, persistência, resiliência, pensamento crítico, iniciativa, coragem, empatia, trabalho em equipe, onde eles afirmam que todas estas habilidades se tornarão indispensáveis e incluem também a resolução de problemas complexos, como o grande diferencial.
A Educação 4.0 tem como missão guiar as instituições de ensino para a educação do futuro com a implementação de tecnologias e metodologias para uma educação inovadora, onde o aluno passa ser o protagonista do seu aprendizado.
O principal objetivo desta nova abordagem de ensino é incentivar os alunos para que aprendam de forma autônoma e participativa, a partir de problemas e situações reais. A proposta é que o estudante esteja no centro do processo de aprendizagem, participando ativamente e sendo responsável pela construção de conhecimento, estas novas abordagens são conhecidas como Metodologias Ativas.
De acordo com a Teoria da Pirâmide de Aprendizado, do psiquiatra americano William Glasser, a memorização não é o melhor método de aprendizagem e que, por isso, não se deve trabalhar apenas com ele, de acordo com pirâmide abaixo o William sugere que os alunos devem aprender fazendo, na prática (Learning by doing).
Existem diversas Metodologias Ativas que tem como foco colocar o aluno como o maior responsável pelo aprendizado, onde absorção dos conteúdos é feita de forma autônoma e participativa. Segue o exemplo de algumas metodologias ativas:
Essa metodologia de ensino propõe uma inversão no modelo de educação do qual estamos acostumados. A proposta é que os alunos estudem o conteúdo curricular em casa e, ao irem à escola, discutem o conteúdo com os professores e colegas.
A sala invertida tem o objetivo de tornar as aulas mais dinâmicas, com alunos atuantes e com autonomia do próprio aprendizado. Sendo assim, o professor passa a ser uma figura de contribuição em discussões levantadas pelos estudantes.
Outro modelo de educação personalizada é o B-Learning ou Ensino Híbrido. Essa abordagem mescla a aprendizagem online, que utiliza vários tipos de tecnologia, com a offline, usando como ferramenta as relações interpessoais.
Esse ensino transforma celulares, computadores e tablets em dispositivos educacionais, inserindo o jovem num ambiente que ele já conhece: o virtual. A autonomia do estudante também é estimulada, já que é possível criar a própria rotina de estudos e o ritmo de aprendizado.
Em tradução livre, Project basead learning significa aprendizagem baseada em projetos, e tem como pilar a realização de projetos para o aprendizado. Nessa metodologia ativa, os alunos são conectados com realidades além da sala de aula, relacionando o conteúdo com o cotidiano e a resolução de problemas. O PBL utiliza em grande parte o STEM (Science, Technology, Enggineering and Mathematics) que é a interligação dessas quatro matérias, usando a aprendizagem interdisciplinar na prática.
Os jogos eletrônicos têm um grande poder de atração de crianças e jovens. Entretanto, os games podem ser usados como instrumentos de educação. A gamificação da educação consiste em transformar os conteúdos educacionais e os planos de aula em jogos educacionais para que os alunos possam se interessar e absorver a matéria de modo divertido.
O Storytelling na educação tem a função de estruturar a história e os conteúdos educacionais em uma trilha interessante para prender a atenção dos alunos.
A ideia é transformar o conteúdo em uma contação de histórias, melhorando o desenvolvimento cognitivo das crianças.
O Design Thinking aplicado na educação sugere que o educador deve aplicar a metodologia centrada nas necessidades de aprendizado do aluno. A metodologia e dividida em três pilares, sendo: imersão, ideação e prototipação. Esse processo tem como objetivo criar um processo de empatia entre aluno e o conteúdo para que o interesse gere o aprendizado
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